quinta-feira, 28 de abril de 2011

Leia na íntegra o pronunciamento do novo Bispo da Diocese de Cachoeiro, feito nesta quarta-feira, após a sua nomeação.


Leopoldina, 27 de abril de 2011.

Prezados Sacerdotes, Diáconos, Seminaristas, Religiosos, Religiosas e o Povo de Deus da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim.

Saúdo-vos com votos de Paz e Bem!

Por mercê de Deus e da Sé Apostólica, fui nomeado bispo dessa Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. Essa nomeação, num primeiro momento, chegou ao meu coração com uma grande surpresa e, por que não dizer, um certo espanto. Depois, a paz no coração e alegria voltou ao meu interior. Será a terceira vez que o Santo Padre me confia uma Diocese.
Estive primeiro em Araçuaí - MG e pude, com um clero bastante responsável de sua missão e um povo cuja presença do Altíssimo se fazia sentir em cada coração, ser um servidor e colaborador da obra de Jesus Cristo nas terras do Vale do Jequitinhonha.
Depois, fui nomeado Bispo da Diocese de Leopoldina. Tenho muito que agradecer aos Sacerdotes, Seminaristas, Religiosos e Religiosas dessa querida Diocese e mais especialmente ao grande Povo de Deus nela presente, por ter-me ensinado, na simplicidade de seu dia a dia, encontrar Deus nas prosas tecidas, e na presença silenciosa e comprometida, junto a mim, seu primeiro Servo.
Agora chegou a vez de poder Servir à Igreja na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. A principal coisa, que me alegra muito o coração, é a minha História. Sou filho dessa terra, nasci no Município de Castelo, no distrito de Mundo Novo. Quando ainda criança minha família se mudou para o Rio de Janeiro e lá cresci e me eduquei. Impulsionado pelo carisma Franciscano, pela Graça de Deus, ingressei-me na Ordem dos Frades Menores, na Província de Santa Cruz e depois de poder servir enquanto Frade Franciscano durante muitos anos, por vontade de Deus, fui nomeado e ordenado Bispo.
A partir de agora serei vosso primeiro servo. Acredito muito na bondade e na misericórdia de Deus que providencialmente nos conduz e aponta caminhos para caminhada de sua Igreja, sob a ação de seu Santo Espírito. Tenho plena consciência de minha pequenez e fraqueza, ao mesmo tempo, acredito na grandeza e fortaleza do Deus que me chamou ao seu Santo Serviço.
No coração de Deus consagro a todos vocês e desejo poder, iluminado pela Luz que nos vem do céu, ser Companheiro de Caminhada para Cada um, numa relação fraterna, cordial e que colabore para que o processo de revelação do Pai, em seu filho Jesus de Nazaré, seja continuado nessas terras do sul do Espírito Santo, com a minha presença e a de todos vocês que já participam dessa parcela do Povo de Deus.
Tenho consciência, também, que o momento para vocês, assim como para mim, é momento de apreensão e dúvidas, pois o novo sempre nos causa medo, distanciamento e insegurança. Por isso não quero me apressar. Como nos diz o Eclesiástico: "para tudo há um tempo debaixo do sol". Por isso o tempo agora é de silenciar o coração e abri-lo para conseguirmos, juntos, entrar na sintonia da caminhada, aproveitando as coisas bonitas e positivas já existentes em vosso meio e, ao mesmo tempo, implantar novas relações que contribuam para a implantação do Reinado de Deus nessa, já amada por mim, Diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
O Evangelho de Hoje nos diz "... Não se nos abrasava o coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? (...) Levantaram na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. Todos diziam. 'O Senhor Ressuscitou, verdadeiramente, e apareceu a Simão'".
O sentimento que tenho agora é de volta para a CASA. Volto às minhas raízes e agradeço a Deus que, com seus caminhos, nos conduz pela mão pelos verdes prados de nossa existência.
Que o Senhor Ressuscitado Abençoe a todos e todas. Quero ainda desejar a cada um, a cada uma, FELIZ PÁSCOA NO SENHOR!

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Fraternalmente. Dom Frei Dario Campos, ofm


quarta-feira, 27 de abril de 2011

SEJA BEM VINDO DOM DARIO!

Temos Bispo!

Papa Bento XVI Nomeia Bispo para a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim.
Depois de exatos 11 meses de espera o dia 27 de abril entra para a história da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, com a nomeação do seu 4º Bispo Diocesano em seus 53 anos de criação.
O Papa Bento XVI anunciou nesta quarta-feira, 27, a Nomeação de Dom Dario Campos como novo Bispo Diocesano da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim - ES.

Dom Dario Campos é natural de Castelo (ES). Nasceu em 9 de junho de 1948 e fez sua profissão religiosa em 10 de janeiro de 1975. A ordenação presbiteral ocorreu em dezembro de 1977 e a episcopal em 26 de setembro de 2000, quando foi designado para assumir a diocese de Leopoldina.

O novo bispo de Cachoeiro de Itapemirim estudou filosofia e teologia no Instituto Filosófico-Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ) e se especializou em filosofia e pedagogia na Faculdade Dom Bosco de São João del-Rei (MG).


Seja Bem - Vindo Dom Dario!

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Departamento Diocesano de Comunicação
Diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES

sábado, 23 de abril de 2011

ESPIRITUALIDADE PASCAL

Com a celebração do tríduo pascal culminando na vigília do sábado para domingo nós iniciamos o tempo pascal. Na realidade o evento pascal ilumina e motiva toda a vida cristã. É central em nossa espiritualidade. Por isso mesmo, “fazer Páscoa” anualmente é essencial para o cristão poder viver o seu dia a dia alimentado pela presença do Cristo Vivo e Ressuscitado.

O Tríduo Pascal é a celebração da Páscoa sob três dimensões: a da instituição da Eucaristia na Última Ceia, o sacrifício de Cristo na Cruz derramando o seu Sangue Precioso e a Sua presença Ressuscitado anunciando a vida que venceu a morte! Nós iniciamos na quinta feira santa à noite para concluirmos com a bênção final no sábado santo. E com essa celebração iniciamos a oitava da Páscoa abrindo o tempo pascal.

Apesar de Jesus ter antecipadamente anunciado que seria preciso passar pela paixão antes de entrar em sua glória (cf. Lc 24,26), os discípulos não tinham conseguido assimilar toda a dimensão e o sentido dos fatos ligados à paixão e morte do Mestre. O mistério da morte é sempre difícil de ser compreendido, mesmo quando iluminado pela fé na ressurreição. Era preciso que o Cordeiro de Deus fosse imolado para entrar na glória (cf. Jo 1,29).

No querigma anunciado por Pedro na manhã de Pentecostes, fica evidente a vontade salvífica do Pai: “Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse” (cf. At 2,23-24). Cristo crucificado torna explícito o simbolismo da serpente de bronze no deserto (cf. Nm 21,4-9): “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim” (cf. Jo 12,32).

A celebração da Páscoa nos convida a morrermos com Cristo para com ele entrarmos na vida nova por ele inaugurada (cf. Rm 6,8). O simbolismo nos conduz ao Batismo e à vida batismal, ao êxodo, ao retorno do exílio, a passagem do inverno para a primavera, porém agora atingindo a nova e eterna aliança no sangue de Cristo, vencendo o pecado que causa morte e levando a pessoa humana para a vida divina. A vivência do mistério pascal requer abandonar o velho fermento do pecado, da maldade, ou da iniqüidade para nos tornar pães ázimos da sinceridade e da verdade (cf. 1Cor 5,7-8). Só então será possível inaugurar a vida nova com o novo fermento da graça e da fidelidade a Cristo.

Com a Páscoa, estamos no centro da espiritualidade cristã. Muitas pessoas pensam neste tempo apenas como se fosse um feriado prolongado! Acabam perdendo a oportunidade de celebrar a Páscoa. Envolvida por esse ambiente consumista, a celebração da Páscoa, infelizmente, não constitui, para muitos cristãos, o acontecimento central de sua vida religiosa. Para tantos outros os eventos celebrados não passam de ritos tradicionais, quando muito acompanhados, mas não vivenciados. Falta-nos a iniciação “aos mistérios” de nossa fé! O respeito ao jejum, abstinência de carne já foi esquecido, bem como da contemplação e do silêncio na sexta-feira santa. Nesse mundo plural sabemos que as festas, as orgias continuam como se nada estivesse ocorrendo. E muitos dos que estão nessa vida foram um dia por nós batizados.

O mistério pascal constitui o fundamento e o centro, a chave de leitura do culto e da vida cristã. A liturgia, particularmente a Sagrada Eucaristia, é o memorial da morte e ressurreição de Cristo. Quando, na última Ceia, Jesus conclamou seus discípulos a fazerem o que ele fez – fazei isto em memória de mim – estabeleceu não apenas um rito comemorativo, mas um compromisso de fidelidade. Por isso, aclamamos: “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda”.

Portanto, a ordem de Jesus “Fazei isto em memória de mim” vai muito além de mera repetição ritual comemorativa da Última Ceia: participamos realmente dos frutos da paixão, morte e ressurreição do Senhor. Na Eucaristia Jesus se dá como alimento. Ele é o verdadeiro viático, isto é, o alimento da nossa peregrinação em busca do Reino definitivo. Quando celebramos o mistério da entrega total de Cristo por nós, nos comprometemos a dar nossa vida como oferta agradável ao Senhor. O Corpo dado por nós e o sangue por nós derramado selam nosso compromisso pessoal e definitivo de darmos também nós a vida por Cristo e pelos irmãos em vista da transformação da sociedade humana.

A páscoa de Cristo deve ser entendida como sinal e antecipação de um mundo novo, povoado por um povo novo num processo de regeneração universal. É o início do “oitavo dia”! Como discípulo de Cristo, o cristão deve ser novo fermento para nova humanidade. À medida que celebramos a vida nova interiorizamos o mistério pascal e nos tornamos templos novos do Senhor. Não nos encontramos com um deus impessoal, genérico, motor imóvel, mas com o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso subir das coisas inferiores para as superiores, das realidades exteriores às interiores (cf. Cl 3,1-2).

A espiritualidade pascal não se restringe ao tempo pascal. Necessariamente se expande por todo o ano litúrgico e se desdobra nas diferentes celebrações do mistério de Cristo, na certeza de que “se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais. A morte não tem mais poder sobre ele. Pois aquele que morreu, morreu para o pecado, uma vez por todas, e aquele que vive, vive para Deus. Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, no Cristo Jesus” (cf. Rm 6,8-11).

A espiritualidade pascal nos convoca constantemente renovar a nossa adesão a Cristo morto e ressuscitado por nós: a sua Páscoa é também a nossa Páscoa, porque em Cristo ressuscitado é nos dada a certeza da nossa ressurreição. A notícia da sua ressurreição dos mortos não envelhece e Jesus está sempre vivo; e vivo é o seu Evangelho. "A fé dos cristãos observa Santo Agostinho é a ressurreição de Cristo". Os Atos dos Apóstolos explicam-no claramente: "Deus ofereceu a todos um motivo de crédito com o fato de O ter ressuscitado dentre os mortos" (17, 31). A morte do Senhor demonstra o amor imenso com que Ele nos amou até ao sacrifício por nós; mas só a sua ressurreição é "prova certa", é certeza de que quanto Ele afirma é verdade que vale também para nós, para todos os tempos. Ressucitando-o, o Pai glorificou-o. São Paulo assim escreve na Carta aos Romanos: "Se confessares com a tua boca o Senhor Jesus e creres no teu coração que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (10, 9).

A Páscoa é a exaltação ou glorificação do Crucificado. De fato, no Evangelho de João, Jesus exclama: "E quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim" (12, 32; cf. 3, 14; 8, 28). No hino inserido na Carta aos Filipenses, depois de ter descrito a profunda humilhação do Filho de Deus na morte de cruz, Paulo celebra assim a Páscoa: "Por isso é que Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus, todo o joelho se dobre nos Céus, na Terra e nos Infernos, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai" (2, 9-11).

Que a espiritualidade pascal nos insira na vivência das alegrias do Ressuscitado! Feliz Páscoa!

Dom Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro - RJ

Fonte:
http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-orani-joao-tempesta/6376-espiritualidade-pascal

ESTÁ VIVO


O ser humano tem o grande desejo de autoafirmação e realização plena. Para isso ele depende do semelhante e de quem lhe dá segurança de obtenção de seu intento. Muitos desejam conquistá-lo sozinhos. Batem a cabeça na pedra do próprio egoísmo e limite. Infelicitam-se. Às vezes colocam seu objetivo de vida no que é limitado, material e passageiro. A partir daí se encontram num beco sem saída. A sepultura, no caso, vem demonstrar-lhes a impotência humana de alcançar o infinito e a imortalidade.
Jesus, o Filho de Deus, assumindo nossa natureza humana, mostra-nos o que fazer para conseguirmos realizar o sonho da vida imorredoura, sendo Ele o primeiro exemplo a seguir. Ensina sobre o sentido e a finalidade da vida, com a caminhada terrena. A dependência humana de Deus e a convivência com o semelhante de modo justo e fraterno são condições vitais para conseguirmos atingir a meta da existência. A ciência e todo tipo de saber humano não são capazes de dar consistência imortal a ninguém. Só Deus tem esse poder. O humano é condicionado à matéria, ao tempo e ao espaço. Nem algum fundador de religião nem a própria religião têm força de levar seres limitados, como somos, ao patamar da felicidade com o Ser Divino.

Com a superação da morte o Cristo nos demonstra seu poder divino. Ele se submeteu aos nossos limites, inclusive passando pela sepultura de seu corpo de natureza humana. Seu poder de Deus o fez superar a morte. Também na natureza humana Ele está vivo. Paulo nos lembra: “Se Jesus não tivesse ressuscitado nossa fé seria vã” (Coríntios 15,14). A partir daí acreditamos no seu poder de fazer o milagre também de nossa ressurreição, mas tendo um corpo não mais sujeito à matéria. O mesmo apóstolo afirma: “Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, acreditamos também que aqueles que morreram em Jesus serão levados por Deus em sua companhia... Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós os vivos, que estivermos ainda na terra...” (1 Tessalonicenses 4,14.16.17).

A Páscoa ou a ressurreição de Jesus marca a razão de ser da fé nele. Seu martírio recebeu o triunfo com a vitória da ressurreição. A redenção, ou superação de todo tipo de morte, acontece para toda a humanidade de todos os tempos. Não é a religião que tem força de salvação. É Deus. Tudo o mais tem o efeito dessa força, quanto mais afinado estiver com os valores éticos, morais, virtuosos e de bondade inerentes a todo o ser humano. A maior precisão de bondade vem do referencial divino. Quanto mais trabalhamos para nos atermos a ela mais facilidade temos de nos encaminhar à ressurreição gloriosa com o Filho de Deus. A instituição de sua Igreja é um instrumento de importância ímpar para termos as melhores condições e os melhores meios de salvação. Quem não os usa sem culpa de não percebê-los tem os efeitos da redenção de Cristo quando vivem os valores assumidos em sã consciência de estar agindo corretamente. Nosso esforço de dar a vida pelos valores de Seu Reino nos dá verdadeira caução ou base para alcançarmos a vida sem limites na felicidade beatífica com Deus na eternidade. Não estaremos mais sujeitos à lei da sepultura. Afinal, a ressurreição de Jesus é nossa vitória!

Dom José Alberto Moura, CSS

Arcebispo de Montes Claros - MG

Fonte:
http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-jose-alberto-moura/6370-esta-vivo

Missa dos Santos Óleos em nossa Paróquia - Regional VII