terça-feira, 3 de julho de 2007

FÉ E POLÍTICA


É sabido por muitos que a Igreja Católica há muito tempo em sua ação pastoral optou por fazer uma "opção preferencial pelos pobres", que constitui o eixo do "documento de Puebla" e seu princípio animador, portanto a partir desta observação podemos nos perguntar: - O que seria fazer opção pelos pobres?Claro que a essa pergunta não teríamos uma resposta simples, mas para fazer um exercício inicial me perguntaria também qual é a necessidade de uma pessoa em estado de pobreza material?Em um texto com o título: "Introdução a uma leitura do documento (de Puebla) a partir da opção preferencial pelos pobres" publicado no site da Paróquia São Leopoldo em Goiania-GO*, Está descrito o seguinte: "... A dignidade do homem é decifrada à luz do mistério de Cristo (cf. 305-339). Daí surge a íntima relação entre a evangelização e a defesa dos direitos humanos, políticos e sociais, num continente que vive em "permanente violação da dignidade da pessoa" (41). Os bispos não receiam afirmar que, na América Latina, "o melhor serviço ao irmão é a evangelização que o liberta das injustiças, o promove integralmente e o dispõe como filho de Deus" (1145)."A partir da afirmação acima concluímos que a maior necessidade de uma pessoa, seja a sua promoção integral, que será conquistada com o resgate e garantia de seus direitos universais, como saúde, educação, emprego e não com o atendimento pontual de necessidades específicas e momentâneas. Qualquer ação que aprofunde a dependência da pessoa humana a favores de terceiros é um deserviço ao povo.Por isso é importante que a nossa participação esteja comprometida com a causa da libertação, como continua o mesmo texto acima citado: "...O tema libertação, por sua vez, aparece também como eixo articulador da evangelização. Libertação tem, no contexto latino-americano, uma dimensão acentuadamente econômica e política. Supõe destruição da dependência que gera a exploração e a opressão. Supõe uma ação destinada a mudar as estruturas. Supõe a transformação da consciência submersa e muda o povo pobre em consciência crítica, para que, despertado o seu dinamismo libertador, ele mesmo se transforme em agente da libertação."Um agente político comprometido com o povo deve observar esta questão, mas a luta por direitos universais e pela libertação das pessoas anula os interesses individuais para buscar atender interesses coletivos, pois atendido um, atendido todos. E é isso que deve nortear a ação política e a construção de políticas públicas.O compromisso com o(a) irmão(ã) e com seus direitos, sua inclusão definitiva deve ser missão e luta de todos nós, nos espaços que pudermos ocupar, ofertando seus dons para a efetiva transformação da vida das pessoas, preferencialmente as mais pobres.----------------------* endereço do site citado: http://www.psleo.com.br/doc20_13.htm

Rodrigo Coelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário