quinta-feira, 29 de março de 2018

Cerimonia do Lava-Pés

  Na quinta-feira Santa, dia 29 de março de 2018, pela manhã, o nosso pároco Genivaldo Laquini participou da Celebração Eucarística dos Santos Óleos na Catedral de São Pedro, sede da diocese de Cachoeiro de Itapemirim, como todos os padres que compõem a diocese, junto com o bispo diocesano D. Dario Campos.

     Ainda na quinta-feira Santa, a partir das 20 horas, foi realizada a celebração Eucarística da Ceia do Senhor com a cerimônia do lava-pés e, em seguida o Santíssimo foi transladado para Adoração em capela à parte, na Matriz São Geraldo Magela e na Comunidade Santo Antônio.

Lava-pés: o mandamento chocante em que Deus se abaixa para nos servir

O que significa este gesto de Jesus, tão inesperado e espantoso que Pedro nem queria aceitá-lo

O rito do Lava-Pés, na Quinta-Feira Santa, contém um duplo significado, à luz do Evangelho de João:
– uma imitação do gesto realizado por Cristo ao lavar os pés dos Apóstolos no Cenáculo;
– a expressão do doar-se a si mesmo, exemplificada com aquele ato.
Não por acaso, o gesto é chamado de “mandatum” (“mandamento”) na antífona recitada na cerimônia: “Mandatum novum do vobis, ut diligatis invicem, sicut dilexi vos, dicit Dominus” (“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei, diz o Senhor“; João 13,34).
De fato, o mandamento do amor fraternal compromete todos os discípulos de Jesus, sem qualquer distinção ou exceção. Em instruções litúrgicas do século VII já lemos a indicação de que o Pontífice e todos os membros do clero devem realizar o rito do lava-pés, o que também pode ser conferido, com variações em diferentes dioceses e abadias, no Pontifical Romano do século XII, no Pontifical da Cúria Romana do século XIII e no Missal Romano do Papa São Pio V, de 1570, que diz:
“Post denudationem altarium (…) conveniunt clerici ad faciendum mandatum. Maior abluit pedes minoribus: tergit et osculatur”
(“Após o desnudamento do altar, os clérigos procedem ao cumprimento do ‘mandatum’. O maior lava os pés dos menores, os enxuga e os beija”).
O “mandatum“, em sua essência, não é reservado ao clero: o seu sentido é o de colocarmos em prática o serviço humilde a todos os nossos irmãos, conforme o exemplo de Jesus a todos os seus discípulos.
Precisamente por isso, o rito do lava-pés, ao longo da história da Igreja, não foi necessariamente reservado a doze clérigos ou a doze homens. No “De Mandato seu lotione pedum” (“Sobre o ‘mandatum’ ou lava-pés“), que consta no Caeremoniale Episcoporum de 1600, é mencionada a tradição de que o bispo deve lavar, enxugar e beijar os pés de “treze” pessoas pobres, após tê-las vestido e alimentado e ter-lhes ofertado esmola em caridade. O ato poderia igualmente ser conduzido com religiosos, de acordo com os costumes locais ou a determinação do bispo, mas não de modo obrigatório.
As mudanças mais recentes no rito estabelecem que quaisquer indivíduos podem ser escolhidos dentre o povo de Deus, já que a significação do rito não se limita a uma imitação exterior do gesto de Jesus; trata-se de expressar o sentido profundo do ato realizado por Ele: doar-se “até o fim” pela salvação da humanidade, ato que assume importância universal.
amor de Cristo, abrangendo toda a humanidade, faz de todas as pessoas irmãos e irmãs pela força do Seu exemplo. O “mandatum” deixado por Ele nos convida a transcender o ato físico de lavar os pés do outro para vivenciar o pleno sentido desse gesto: servir, com amor palpável, ao próximo.





















































































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