terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

III DOMINGO DA QUARESMA


Quero iniciar esta reflexão com o último versículo do evangelho de João 4, 42: “E disseram à mulher: Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”. Esse é o chamado para todos nós: fazer a experiência! Uma experiência pessoal, transformadora, profunda de conversão.
A quaresma, um caminho espiritual, um itinerário a seguir em que passamos pelo caminho da cruz para vivermos a alegria da Páscoa.
Neste domingo rezamos pelos catecúmenos, pessoas que irão ser batizadas, uma caminhada progressiva rumo a Páscoa. O evangelho de hoje é o primeiro que conduz essa caminhada rumo ao Batismo, simbolizado pela água, no próximo será o cego de nascença representando a luz e por último a ressurreição de Lázaro no quinto domingo da quaresma valorizando a vida. Um caminho que conduz a vida! O Batismo está intimamente ligado à Páscoa.
Fazendo uma recordação do caminho que estamos percorrendo, no primeiro domingo da quaresma refletimos as tentações de Jesus no deserto. Jesus plenamente divino e plenamente humano passou por muitas tentações e renunciou a todas elas porque tinha um caminho a percorrer. Jesus sabia onde queria chegar. A caminho de Jerusalém, no segundo domingo, Jesus se transfigura diante de Pedro, Tiago e João testemunhas da antecipação de sua glória, e neste terceiro domingo refletimos o encontro de Jesus com a samaritana no poço de Jacó.
A samaritana vai ao poço buscar água ao meio dia e se encontra com Jesus. Um horário em que o sol está no centro, simbolizando que não há treva alguma nessa hora. Provavelmente ela foi nesse horário porque seria pouco provável encontrar alguém, em função da interpretação de que seria uma mulher de má fama e visto que o normal é buscar água cedo para os afazeres domésticos. A mulher se surpreende por um judeu conversar com ela, foi causa de espanto, visto que um homem viajando não poderia parar com uma mulher, não era costume, sem contar a diferença existente entre judeus e samaritanos.
Jesus veio banir toda discriminação. A samaritana representa a esposa infiel, citada tantas vezes no Antigo Testamento, se refere ao povo de Deus (a Igreja) como a mulher adúltera, a esposa infiel diante do esposo que é Jesus. Um povo que adorou tantos falsos deuses e se esqueciam da graça, da bondade e misericórdia de Deus.
“Por ele tivemos acesso, pela fé, a esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus” (Rm 5, 2). É por graça que fomos justificados pelo sacrifício de Jesus.
No evangelho (João 4, 5-42) Jesus é reconhecido de muitas formas: a princípio como judeu, depois como senhor, profeta, mestre e por fim salvador. Jesus é o salvador da humanidade. Reconhecê-lo como salvador, não porque alguém nos falou, ou o Padre, mas porque fez a experiência. “Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo” (Jo 4, 42).
Jesus nos dá água viva. Ele é a fonte e nos faz fontes para jorrar água viva para muitos outros. Amém.

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